sábado, 25 de setembro de 2010

não-concreto

Saudades. Saudades de um tempo que não volta. Saudades de alguém que deixastes para trás. Saudades de coisas inexplicáveis. Saudades de quem não se deve ter. Saudades de algo “intocável”. Isso, como sentir saudades de algo que intocável? De algo que não nos pertence, e nunca pertenceu. Como ficar saudoso com um “não-concreto”? Ah, o não-concreto! Sempre tão deslumbrante diante os olhos. Mas uma coisa é certa. É chegada a hora de dizer não a essas saudades doloridas, intocáveis, não-concretas. De uma forma ou de outra, essa tal saudade, transforma-se em tristes lágrimas. O que era pra ser de alegria.

Valeu, saudade, por me deixar assim... simplesmente assim.

sábado, 18 de setembro de 2010

um ano.

Desde o instante que o vi, lembranças vieram à tona. Coisa do tempo em que nos falávamos via chat, e que passou a telefonemas, depois encontros nos feriados. A distancia só fez crescer o que sentíamos um pelo outro. Até resolvermos , de fato, ficarmos juntos. Eu e ele, um canto só nosso.
Nossas vidas corridas. Eu sempre tão apaixonada e sonhadora.  Ele sempre tão racional e pé-no-chão. Seria esse o nosso segredo? Era a nossa data. Um ano. Ele acabara de chegar de mais uma viagem. Enfim nos encontramos. Desta vez tudo foi diferente. O abraço, o sorriso, o beijo. Parecia que havia mais saudade, mais paixão. Eu sabia que havia reciprocidade em nosso relacionamento, mas hoje, tudo mudou. Principalmente quando ele disse, pela primeira vez:
- Eu te amo!



terça-feira, 7 de setembro de 2010

Talvez


Às vezes penso em estar perdida. Mas por que estaria? Às vezes penso nos erros e nos acertos. Será que os erros foram erros e os acertos foram acertos? Às vezes queria estar longe daqui. Será que eu gostaria mesmo? Às vezes penso em correr atrás. Às vezes penso em ficar. Na verdade não sei o que pensar. Ou sei? Talvez. Às vezes.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

acaso?

...continuávamos a nos olhar e admirar toda a paisagem que estava ao nosso redor. Estava tudo perfeito. nos encontramos por acaso (ah, o acaso. Será que isso existe?).  não conseguia pensar em mais nada. só naquele momento, naquele instante. era só eu e ele. tudo o que nos acontecera fora esquecido. ele foi se aproximando cada vez mais.
e aquela sensação voltara. a mesma de quando nos conhecemos. e com aquele brilho no olhar e sorriso perfeito, ele pega minhas mãos e diz:
- nunca deixei de pensar em você. desde o nosso último encontro. desculpas.
- mas... - e ele me interrompe com um beijo inesperado.
ainda com os olhos fixos aos meus, e de mãos dadas, ele diz:
- eu te amo e não quero mais ficar longe de ti.

nunca um pôr-do-sol foi tão perfeito. 
obrigada, acaso.






créditos: essa que vos escreve

mais do mesmo

é sempre assim. empolgações e mais empolgações. e como num passe de mágica. desanimo. mas porque?
talvez por não mostrar o devido interesse. talvez por ser sempre assim. talvez porque não conseguimos encarar nada de frente. sempre sentimos a necessidade de nos esconder. mas porque essa tal necessidade sempre fala mais alto? MEDO!

" Bondade sua me explicar com tanta determinação
Exatamente o que eu sinto, como penso e como sou
Eu realmente não sabia que eu pensava assim "

mais do mesmo - legião urbana

créditos: a que vos escreve

voar

" Já escondi um amor com medo de perdê-lo, já perdi um amor por escondê-lo.
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre!
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco q eu vou dizer:
- E daí? EU ADORO VOAR! "


 
Clarice Lispector